Em uma época fortemente marcada pelas transformações digitais, a inovação disruptiva é uma estratégia muito presente em nosso cotidiano e nas rotinas corporativas. Mas, muitas vezes, sem sequer darmos conta.
Caracterizada pela produção de produtos ou serviços a serem ofertados pela empresa, podemos ver diversos exemplos da inovação disruptiva em nosso cotidiano. Dos aparelhos celulares altamente tecnológicos nas palmas de nossas mãos, à serviços velozes através de aplicativos, como exemplo.
Seu surgimento se deu em um cenário onde diversos empreendimentos se encontravam estagnados em seus setores, insistindo em métodos e processos realizados há anos e, com isso, perdendo cada vez mais espaço para concorrentes que investiam em estratégias diferentes.
Impulsionada como uma necessidade de sobrevivência e destaque, hoje a inovação disruptiva é uma das estratégias mais presentes no mercado, compreendida como essencial para o destaque e produtividade do negócio. Especialmente, em meio a tantas novidades que surgem a todo o momento no mercado.
Entender a dinâmica da inovação disruptiva e, acima de tudo, o que é preciso para colocá-la em prática no ambiente corporativo, é uma obrigação de todo empreendimento que deseja prosperar em seu segmento. E é sobre isso que iremos abordar neste texto.
Veja os tópicos que serão discutidos:
- O que é inovação disruptiva?
- Diferença entre inovação disruptiva e inovação radical;
- Diferença de inovação disruptiva e inovação incremental;
- Fundamentos da inovação disruptiva;
- Qual a importância da inovação disruptiva?
- Exemplos de inovação disruptiva;
- Como implementar a inovação disruptiva nas empresas?
Boa leitura.
O que é inovação disruptiva?
A inovação disruptiva é um processo que se destina a transformar ou substituir um produto, serviço ou tecnologia ofertado pela empresa, por uma solução mais inovadora e superior.
Seu foco é fazer com que essa solução seja mais eficiente, acessível e simples, cujos resultados precisam ser claramente percebidos por seus consumidores. Dessa forma, o que era oferecido se tornará obsoleto e, com o tempo, deixará de ser disponibilizado ao público.
Quando falamos sobre essa transformação, muitos confundem ao acreditar que a inovação disruptiva irá criar algo revolucionário no mercado, e que nunca havia sido visto anteriormente.
Contudo, seu grande objetivo é na verdade substituir o que era feito até então, por uma nova proposta mais simples e menos custosa, em prol de uma maior produtividade da empresa e maior satisfação do consumidor final.
O termo foi criado nos anos 90 pelo professor da Universidade de Harvard, Clayton Christensen, em seu artigo “Disruptive Technologies: Catching the Wave”.
Nele, o autor defende que “uma empresa com menos recursos é capaz de desafiar com sucesso as empresas já estabelecidas”. Ou seja, para ele, prover funcionalidades melhores, normalmente, por um preço menor, e atender às demandas dos clientes a partir da inovação disruptiva, é capaz de trazer grandes resultados às marcas.
Diferença entre inovação disruptiva e inovação radical
É muito comum notar uma confusão entre os conceitos da inovação disruptiva e da inovação radical. Na prática, toda inovação disruptiva é radical, mas nem toda inovação radical é disruptiva.
Isso acontece pois, por mais que possam parecer semelhantes entre si, existem diferenças práticas muito importantes entre elas, e que precisam ser claramente compreendidas antes de adotar qualquer uma delas.
Como mencionamos acima, o foco da inovação disruptiva é transformar os serviços e produtos do negócio, promovendo uma verdadeira ruptura de paradigmas e tornando-a mais simples e eficiente.
Para alcançar esse feito, a inovação disruptiva não precisa necessariamente ser vista em algo completamente novo e inusitado. Contudo, é preciso que haja essa percepção nos clientes, contribuindo para a formação de novos hábitos de consumo.
Já a inovação radical, por sua vez, foca no desenvolvimento de produtos ou serviços que, até então, não existiam na empresa, assim como a exploração de novos mercados através de uma abordagem mais drástica e intensa.
Na prática, nem toda inovação radical poderá gerar a mesma percepção positiva de geração de valor pelo público-alvo, já que esse efeito precisa estar presente na inovação disruptiva.
Diferença de inovação disruptiva e inovação incremental
Além da radical, a inovação incremental também costuma ser bastante confundida com a inovação disruptiva. Por isso, é preciso entender suas características a fim de ter maior clareza ao identificar qual estratégia faz mais sentido para cada empresa.
Ao invés de priorizar o desenvolvimento de novos produtos ou serviços, a inovação incremental se volta a aperfeiçoar aquilo que já existe na empresa. Ou seja, trazer melhorias nestes itens, para que seja possível atingir níveis progressivos de eficiência e desempenho.
Um dos exemplos mais nítidos de entender este conceito é analisando o mercado de smartphones. Apesar de, constantemente, novos modelos serem disponibilizados, o mais comum é que as marcas lancem versões atualizadas e mais modernas de seus aparelhos, elevando sua qualidade e atraindo o desejo e interesse dos consumidores.
Seja através de mudanças simples como uma melhor resolução da câmera, maior duração da bateria ou softwares mais velozes, esses ajustes fazem toda a diferença para que a marca mantenha seu nome no segmento como uma verdadeira empresa inovadora.
Normalmente, as marcas que apostam nessa tipologia de inovação também incorporam um programa de ideias, como forma de estimular o engajamento dos times e aumentar a probabilidade de obterem sugestões que gerem valor ao negócio.
Fundamentos da inovação disruptiva
Existem alguns fundamentos que sustentam a inovação disruptiva, e que são extremamente importantes de estarem presentes nessa estratégia para que consiga gerar resultados transformadores.
Eles incluem: desenvolvimento de um modelo de negócios diferente dos concorrentes; novos processos; e manter o foco em trazer melhorias ao consumidor.
Vamos explorar melhor cada um deles:
Modelo de negócios diferente dos concorrentes
Dificilmente, uma estratégia de inovação disruptiva será eficaz se a empresa não prezar pelo desenvolvimento de um modelo de negócios que seja diferente dos de seus concorrentes.
Quando abordamos esse tópico, não queremos dizer que seja necessário criar algo do zero, mas sim pensar fora da caixa, elaborando algo que seja diferente do que as outras empresas estão adotando.
Afinal, de nada adiantará ofertar um produto ou serviço realmente inovador, através de métodos e processos idênticos aos feitos pelos concorrentes. Essa é uma lógica base para aperfeiçoar seu gerenciamento e os relacionamentos que gerem valor ao empreendimento.
Novos processos
Ao pensarmos na estruturação de um modelo de negócios diferente ao implementar a inovação disruptiva, não há como deixarmos de lado o direcionamento para novos processos a serem introduzidos internamente.
Aqui, novamente, não é preciso associá-lo com algo do zero, mas torná-los melhores, mais eficientes e otimizados. Isso pode ser feito em toda a cadeia produtiva da empresa, ao invés de focar apenas em um produto ou serviço específico.
Essa é a melhor forma de criar uma base mais sólida para a chegada da inovação disruptiva, para que consiga gerar essa percepção positiva em seus clientes.
Foco em trazer melhorias ao consumidor
Esses e todas as outras ações adotadas nessa jornada da inovação disruptiva precisam, obrigatoriamente, sempre adotar como foco a satisfação de seu público-alvo, através de uma entrega de maior qualidade perante suas necessidades.
Os clientes devem ser os mais beneficiados dessa estratégia a todo o momento, de forma que se mantenham fidelizados à marca e, ainda, novos consumidores sejam atraídos constantemente.
Qual a importância da inovação disruptiva?
A inovação disruptiva é extremamente importante para que as empresas entreguem a seus consumidores soluções mais acessíveis e de alta qualidade, ampliando seu acesso ao invés de restringi-lo a clientes com maior renda.
Junto a essa expansão de mercado por um preço mais econômico, é com a inovação disruptiva que os negócios irão investir em melhorias constantes para seus serviços e produtos, o que irá agregar mais valor ao empreendimento e, consequentemente, favorecer que se destaque frente aos concorrentes.
O aumento no poder de atração e fidelização de clientes é um dos maiores benefícios que será sentido com a inovação disruptiva, assim como uma maior produtividade, lucratividade e economia de tempo e recursos, com este direcionamento mais assertivo.
Todas essas vantagens irão impulsionar o poder competitivo da empresa em seu segmento, contribuindo para que cada vez mais resultados excepcionais sejam conquistados.
Exemplos de inovação disruptiva
Conhecer alguns dos maiores exemplos de empresas que investiram na inovação disruptiva e obtiveram excelentes resultados, é fortemente benéfico para ter uma maior clareza do que seu negócio também pode conquistar.
Por isso, veja alguns dos cases internacionais mais famosos de inovação disruptiva:
Netflix
Apesar de, hoje, ser conhecida como uma das maiores plataformas de streaming do mundo, muitos não sabem que o êxito que a Netflix conquistou em seu nome se deveu a um forte investimento em inovação disruptiva.
Mesmo criada em um cenário de substituição das antigas videolocadoras físicas, em seu início, em 1998, a Netflix se dizia como uma empresa de locação de DVDs online, os quais eram enviados por correspondência.
Por mais que o serviço ainda esteja disponível em algumas regiões como nos Estados Unidos, as mudanças drásticas no comportamento dos usuários obrigaram de todas as marcas uma adaptação imediata ao universo digital, ampliando sua oferta para atender essa demanda.
Com isso, a inovação disruptiva adotada pela Netflix teve o objetivo de permitir que seus clientes pudessem consumir filmes, séries, desenhos, documentários, e muitos outros conteúdos do ramo no conforto de suas casas.
Seja pela televisão, computador, celular, ou outro aparelho, esse modelo de negócios se tornou um verdadeiro fenômeno, ganhando o gosto de muitos consumidores por essa tremenda praticidade.
Yellow
Por mais que as operações da Yellow não estejam mais disponíveis no Brasil, este ainda é um excelente case de inovação disruptiva a ser utilizado como inspiração para o seu negócio.
Desenvolvida com foco em disponibilizar o aluguel de bicicletas e patinetes elétricos compartilhados, bastava acessar o aplicativo da empresa que os usuários poderiam locar esses veículos para se locomover na cidade.
Analisando esse serviço, principalmente, em grandes centros urbanos, a ideia da Yellow gerou uma verdadeira transformação em termos de agilidade e sustentabilidade, permitindo que as pessoas pudessem ir aonde quisessem de uma forma mais econômica e menos agressiva ao meio ambiente, sem precisarem ficar horas presos em trânsito.
Quando lançada no país, esta inovação disruptiva da Yellow fez, até mesmo, que muitas pessoas deixassem de utilizar o transporte público, táxis e carros, impulsionando um maior incentivo ao uso de bikes quando precisassem.
Nubank
Em meio a tantos avanços do mercado de meios de pagamento, o Nubank foi um dos maiores responsáveis por alavancar o conceito de banco digital no país. Inclusive, com grandes resultados alcançados graças a esta inovação disruptiva.
Contando, hoje, com diversas opções de investimento, transferências, empréstimos e contas, poucos sabem que a empresa começou suas operações apenas oferecendo o uso de cartões digitais.
Mas, desde o início, sua proposta já se destacava em termos de inovação disruptiva, oferecendo a seus clientes um cartão sem anuidade e que pudesse ser 100% controlado diretamente pelo seu aplicativo. Ambos, tidos como uma das maiores demandas dos usuários.
Juntando esse diferencial ao fato de que todas as necessidades conseguiam ser solucionadas em sua plataforma, de forma rápida e sem burocracias, em pouco tempo os “roxinhos” da Nubank ganharam o gosto da população.
Em uma pesquisa conduzida na própria empresa, inclusive, foi identificado que seu cartão de crédito foi o primeiro adquirido para 20% dos clientes. Entre aqueles com 18 a 24 anos, a porcentagem sobe para 46%, atraídos, principalmente, pela maior facilidade quando comparado com o processo enfrentado em bancos mais tradicionais.
Rappi
Dentre as empresas que conseguiram prosperar durante a pandemia, a Rappi é, sem dúvidas, um grande case que merece estar nesta lista das que obtiveram sucesso com a inovação disruptiva.
Impossibilitados de saírem de casa, o grande gancho investido pela empresa foi a oferta de um serviço de delivery para a população, uma vez que se tornou a única opção de pedirem comidas à distância.
Em um estudo da Mobills, comprovadamente, foi identificado que os gastos nestes aplicativos de entrega, em maio de 2020, apresentaram alta de 149,1% em relação a janeiro daquele mesmo ano. Um cenário que, mesmo desafiador, foi lidado de forma positiva pela Rappi.
Aqui, muito além de disponibilizar esse serviço de delivery, o grande diferencial da marca em termos de inovação disruptiva foi o fato de terceirizar essa modalidade para itens variados, e não se limitando a restaurantes como era visto até então.
Dessa forma, ao acessarem seu aplicativo, os usuários podem encontrar uma extensa gama de opções de entrega: de compras de supermercado, à medicamentos da farmácia e itens personalizados.
Mesmo com a volta à normalidade, seu sucesso foi tamanho que, até hoje, muitas pessoas preferem realizar suas compras online ao invés de presencialmente, economizando tempo e, muitas vezes, dinheiro, com opções mais baratas disponíveis.
Criado com o intuito inicial de substituir o SMS, o WhatsApp se tornou um dos aplicativos de comunicação mais famosos no país, o qual, constantemente, passa por transformações de inovação disruptiva para elevar a qualidade de seu uso nos usuários.
Na prática, essa estratégia se mostra claramente notada na simplificação na troca de mensagens de forma instantânea, além de possibilitar o envio de imagens, vídeos, documentos, oferecer chamadas de vídeo, e muitos outros recursos que enriquecem a experiência do usuário.
Como implementar a inovação disruptiva nas empresas?
Por mais que, no Brasil, a inovação disruptiva não seja a estratégia mais adotada frente a outras tipologias de inovação, implementá-la com assertividade trará muitas conquistas para as empresas, independentemente de seu porte ou segmento.
Aquelas que iniciam essa jornada precisam, como ponto de partida, se preocupar em adotar uma cultura de inovação fortemente permeada, incorporando este ideal nas rotinas dos times e conscientizando todos sobre a importância dessa ação para o crescimento e prosperidade do negócio.
Para reforçar essa importância, muitas empresas apostam no programa de ideias de inovação, como forma de estimular a participação das equipes. Afinal, seu propósito é não apenas incentivar que compartilhem suas sugestões, como também recompensá-los por essa colaboração, para que se sintam reconhecidos e valorizados nessa missão.
Mas, em meio a tantas propostas, é muito comum que as empresas se sintam confusas sobre qual caminho seguir no programa de inovação disruptiva. Por isso, é sempre recomendável contar com o apoio de uma consultoria especializada como a PALAS, que ofereça a orientação necessária para encontrar as melhores opções a serem seguidas.
Somos pioneiros na ISO de inovação, uma metodologia de gestão de inovação testada e aprovada por mais de 164 países e que, inclusive, contou com nossa participação em sua elaboração.
Sua implementação traz diversos benefícios para empresas de todos os portes e segmentos, incluindo o aumento de valor da marca, criação de novos produtos e serviços, reconhecimento nacional e internacional e restituição fiscal com a Lei do Bem.
Nosso propósito é preparar as companhias para o futuro ao unir criatividade, processos e metodologias ágeis e flexíveis às necessidades de cada empreendimento. Venha saber mais sobre como podemos levar a inovação ao seu negócio em nosso site.
Conclusão
Em comparação com outros países, a inovação disruptiva ainda não é a ação inovadora mais presente no Brasil. Contudo, seus benefícios de investimento são enormes, desde que este processo seja conduzido com organização e cuidado.
Além de ser frequentemente confundida com outras tipologias de inovação, ela requer uma mudança profunda na cultura organizacional para que seja adotada. Afinal, todos os membros precisam compreender sua importância e estarem preparados para percorrer essa jornada juntos.
Muitos empecilhos podem surgir nessa jornada, assim como na adoção de qualquer outro modelo de inovação. Por isso, ter o apoio de uma consultoria especializada sempre será a melhor recomendação para evitar, ao máximo, riscos e investimentos desnecessários que não gerem valor ao negócio.
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