A ambidestria organizacional é uma das melhores formas de impulsionar a inovação nas empresas mantendo o equilíbrio de sua eficiência operacional.
O conceito vem ganhando força nos últimos anos em meio a este desafio em comum enfrentado por diversos negócios. Afinal, todos que almejam crescer e prosperar compreendem a complexidade de acompanhar as mudanças do mercado e encontrar estratégias de destaque coerentes com sua realidade.
É preciso sempre pensar no futuro e como conquistar resultados cada vez melhores. Mas, em um processo realista com a capacidade operacional, sem que comprometa a sustentabilidade da companhia ou sua imagem no mercado.
Este é um tema sensível e, ao mesmo tempo, extremamente importante ao abordarmos o que caracteriza uma gestão empresarial assertiva. E, dentre tantas soluções para este objetivo, a ambidestria organizacional se mostra como uma das mais promissoras para promover esse equilíbrio seguro.
Sua incorporação correta é capaz de alavancar a empresa através da inovação, garantindo ao mesmo tempo sua eficiência operacional sem prejuízos na entrega dos serviços prestados.
Por isso, para aquelas que se interessarem em obter tamanhos benefícios, traremos neste texto a explicação desta prática, suas vantagens, exemplos de companhias que já a adotaram, e como aplicá-la devidamente.
Antes, confira os tópicos que serão abordados:
- O que é ambidestria organizacional?
- Quais os pilares da ambidestria organizacional?
- Quais os benefícios da ambidestria organizacional para a inovação?
- Exemplos de empresas que usam a ambidestria organizacional
- Como aplicar a ambidestria organizacional na empresa?
Boa leitura.
O que é ambidestria organizacional?
A ambidestria organizacional é um conceito que se refere a capacidade de inovação de uma empresa ao mesmo tempo em que mantém sua eficiência operacional. Ou seja, serve à estratégia necessária para alinhar o ato de inovar a eficiência de um negócio simultaneamente.
Ela representa um equilíbrio entre esses fatores, de forma que os objetivos corporativos de curto e longo prazo se unam através da inovação em seus demais departamentos e operações.
Dessa forma, é através da ambidestria organizacional que as empresas unem o pensamento do futuro pautado pela inovação à sua permanência competitiva, aperfeiçoando seu melhor funcionamento possível na entrega dos serviços prestados.
O termo foi criado em 1976 por Robert B. Duncan, político norte-americano. Na época, ele descreveu o propósito da ambidestria organizacional para: “acomodar os alinhamentos conflitantes necessários para inovação e eficiência”.
Pouco tempo depois, em 1996, Michael L. Tushman e Charles A. O’Reilly propuseram uma nova definição. Para eles, a ambidestria organizacional se refere a “capacidade de buscar simultaneamente inovação incremental e descontínua – hospedando múltiplas estruturas, processos e culturas contraditórias dentro da mesma empresa”.
Quais os pilares da ambidestria organizacional?
Existem dois pilares para a aplicação da ambidestria organizacional: o de manutenção ou sustentação (Exploitation), e o de crescimento (Exploration). Ambos devem andar em conjunto para que essa ideia atinja as expectativas propostas.
Entenda melhor o que consiste em cada um deles:
Inovação de sustentação (Exploitation)
O primeiro pilar da ambidestria organizacional abrange seu core business. Ou seja, a elaboração de uma estratégia de negócios pautada na liderança humanizada, incentivando a participação dos colaboradores na sugestão de ideias criativas em prol da conquista de resultados positivos para o crescimento da companhia.
Seu grande propósito é preparar a cultura da empresa para que se desenvolva através da inovação, se preocupando em garantir que a marca acompanhe as transformações do mercado para que mantenha uma entrega de serviços ou produtos de qualidade.
Para isso, quanto mais iniciativas forem promovidas pelo departamento de Recursos Humanos, melhor. Afinal, elas podem contribuir imensamente para estimular essa participação nos times e a busca por novidades e autonomia, ampliando as oportunidades em seu segmento de atuação.
Um dos maiores exemplos práticos deste pilar da ambidestria organizacional são as empresas de streaming que investem na produção de conteúdos próprios, deixando de exibir apenas conteúdos de terceiros.
Essa é uma ótima iniciativa de incentivar que suas equipes tenham ideias criativas para materiais autorais, o que certamente contribui para o aumento de vendas e melhora da imagem no mercado.
Inovação de crescimento (Exploration)
Neste segundo pilar da ambidestria organizacional, o foco é a exploração de novos nichos de atuação.
Aqui, a ideia é elaborar estratégias de curto e longo prazo que lancem a empresa a um novo patamar, almejando um futuro de destaque e reposicionamento de sua marca.
Essa é uma trajetória que exige muita pesquisa, experimentações, qualificação e coragem para assumir riscos. Afinal, será preciso trabalhar com variáveis não tão fáceis de serem previstas, mas necessárias de serem seguidas para buscar novos caminhos que trilhem a um futuro próspero do negócio.
Muitas vezes, optar pela inovação de crescimento na ambidestria organizacional pode significar uma transformação intensa nas operações da empresa. Por isso, é preciso muito planejamento e estratégia para identificar qual a melhor opção para a realidade e objetivos da companhia.
Quais os benefícios da ambidestria organizacional para a inovação?
Ter uma cultura alinhada a ambidestria organizacional traz diversos benefícios para as empresas, especialmente na melhoria de seus processos, busca por novas oportunidades, maior engajamento das equipes e aumento da produtividade.
Inovar nos negócios, por si só, já traz um enorme diferencial competitivo. Mas, quando alinhada com esse equilíbrio operacional, é um fator ainda mais favorável à busca por melhorias em seus processos, de forma que otimizem a maior quantidade possível de tarefas para um melhor desempenho e redução de custos.
E, uma das melhores formas de garantir isso, é através dos próprios colaboradores. Afinal, são eles que estão diariamente em contato com as operações internas, e possuem maior entendimento sobre o que está ou não funcionando bem, assim como o que pode ser ajustado para trazer mais resultados.
Quando essa importância é bem difundida na empresa, os times se tornam mais engajados nesta causa em comum, incentivados a compartilharem suas sugestões para que todos sejam beneficiados com a iniciativa.
Ideias criativas e bem aplicadas tendem a aumentar significativamente a produtividade de todos, assim como elevar a qualidade da entrega final e, consequentemente, expandir as oportunidades de atuação na empresa. Seja conquistando novos mercados ou atraindo mais consumidores.
Exemplos de empresas que usam a ambidestria organizacional
Muitas empresas ao redor do mundo já compreenderam que o equilíbrio defendido pela ambidestria organizacional entre a inovação e a manutenção de sua eficiência é uma chave primordial para seu crescimento e destaque.
Então, nada melhor do que comprovar essa importância do que as histórias destas companhias. Veja algumas das mais famosas:
Microsoft
De todas as empresas, a Microsoft é um dos maiores exemplos neste termo de ambidestria organizacional, justamente por apresentar um grande equilíbrio em seu catálogo de inovações e eficiência operacional.
Considerada como uma das maiores fabricantes de softwares do mundo, ela vem diversificando seu leque de produtos desde sua fundação, acompanhando os avanços tecnológicos e incorporando as melhores funcionalidades em seus produtos.
Ou seja, ao invés de permanecer apenas produzindo softwares para computadores como foi observado em seu início, expandiu sua área de atuação ao criar outras mercadorias como o videogame Xbox, e os smartphones Lumia, por exemplo.
Uma de suas maiores revoluções que consagrou sua marca através da ambidestria organizacional foi em 2014, quando abriu suas portas para programadores externos desenvolverem soluções ao invés de concentrar esse trabalho internamente.
A experiência de seus clientes sempre foi o fio condutor de seus serviços, conquistada através da união entre a inovação e a permanência de serviços de qualidade.
Ford
Esse é um dos casos mais clássicos de ambidestria organizacional no mundo. Principalmente, por não envolver o uso da tecnologia.
A Ford sempre foi uma das marcas mais conhecidas no mercado automotivo. Em 1908, revolucionou o setor com o lançamento do Ford Model T, um modelo barato e simples e, ao mesmo tempo, seguro e robusto.
Este se tornou um dos veículos mais clássicos da época, tendo se popularizado rapidamente também por sua fácil manutenção. Mas, Henry Ford, dono da marca, acreditava que podia ir mais longe.
Em meio a tantos pedidos chegando ao mesmo tempo, ele teve a ideia de criar uma linha de montagem que otimizasse a produção de seus carros. Uma inovação de exploration, que permitiu que os veículos fossem desenvolvidos com maior rapidez, em alta escala, e a um baixo custo.
Além de aumentar a eficiência da fábrica, essa estratégia de ambidestria organizacional impulsionou a geração de empregos, uma vez que o sucesso de sua linha de produção fez com que fosse replicada em todo o mundo.
A ideia de Ford expandiu sua marca globalmente, consagrando-a como uma das mais famosas no mercado e contribuindo, ainda, para que mais pessoas fossem empregadas. Uma inovação com a qual todos saíram ganhando.
Amazon
Inicialmente criada como um e-commerce de e-books, a Amazon hoje comercializa todo tipo de mercadorias em suas plataformas digitais, sendo hoje uma das empresas mais contemporâneas em ambidestria organizacional.
Uma de suas maiores premissas desde sua fundação foi nunca se acomodar e deixar de explorar novos nichos de mercado. Afinal, ao contrário do que é feito pela grande maioria das companhias, ela já começou suas operações no online, tendo apenas mais tarde expandido seus serviços para o presencial.
Dentre suas inovações mais marcantes que demonstram essa expansão, está o Amazon Go, um projeto de rede de lojas de conveniência físicas. Segundo seu fundador, Jeff Bezos, um dos maiores atrativos desta novidade está em sua estrutura sem caixas e processos de check out.
Afinal, apesar de estarem presencialmente nas lojas, todos os itens desejados podem ser adquiridos online, diretamente pelo aplicativo da marca em seu carrinho de compras virtual. Tudo isso, graças a tecnologias como inteligência artificial, internet das coisas, aprendizagem de máquina, entre outras.
Adobe
Apesar de ser hoje a líder do mercado de softwares de edição de mídias, a Adobe já enfrentou um grande problema bastante frequente no mundo dos negócios: a manutenção de receitas recorrentes.
Antigamente, todos que quisessem adquirir algum de seus programas deveriam apenas pagar um valor fixo para adquirir sua licença para sempre. Uma fórmula simples, mas que, ao mesmo tempo, trazia um problema: a baixa aderência de interessados em adquirir a atualização destes programas.
Muitos dos usuários não viam sentido em pagar novamente pelo serviço por apenas algumas mudanças em seu funcionamento. Apenas novos clientes acabavam adquirindo a versão atual, o que fez com que a Adobe revolucionasse seu sistema de aquisição através da ambidestria organizacional.
Hoje, todos os assinantes de seus programas devem ter um plano de assinatura mensal para utilizá-los através de uma conta no Creative Cloud. Existem pacotes especiais para empresas, estudantes, e vários perfis diferentes, assim como a opção de comprar apenas um programa ou um combo.
Essa foi uma inovação de sustentação adotada na ambidestria organizacional, contribuindo principalmente para que a marca tivesse uma maior estabilidade e segurança de receita que não tinha antes.
Ao mesmo tempo, foi também uma medida disruptiva, uma vez que encontrou uma maneira inovadora de aumentar seu lucro e, consequentemente, alavancar seu crescimento.
Tupperware
A Tupperware é uma das marcas mais populares na casa dos brasileiros, em um feito revolucionário em diversos aspectos conquistado graças à ambidestria organizacional.
Criada em 1944, a empresa de utensílios domésticos inovou no mercado ao trazer em seu material de produção o uso de um plástico mais leve e resistente, que até então não era visto.
Para divulgar seus produtos, ela também inovou ao adotar a estratégia de vendas em revistas que, além de serem mais econômicas do que apostar em lojas físicas, também ajudavam a demonstrar a versatilidade dos produtos, sobretudo nas visitas às casas.
Ainda, a empresa foi uma das primeiras a empregar mulheres em massa, quebrando os paradigmas da sociedade na época permitindo que pudessem ter sua própria fonte de renda.
Diversas estratégias de ambidestria organizacional foram investidas pela Tupperware ao longo de sua história, impulsionando seu crescimento e potencialização das vendas.
Como aplicar a ambidestria organizacional na empresa?
Aplicar a ambidestria organizacional demandará uma transformação intensa de seu modelo de negócios. Para que atinja sua proposta, a empresa deverá revisar sua cultura, treinar os times, estabelecer metas periódicas e medi-las frequentemente e, ainda, contar com o apoio de uma consultoria especializada no ramo.
Entenda melhor o que deve ser feito.
Revise a cultura da empresa
A ambidestria organizacional vai muito além do que apenas uma palavra atraente. Incorporá-la na empresa significa fazer com que se torne parte do dia a dia do negócio e dos times, conduzindo as estratégias e planos de todos.
Por isso, não há como ter sucesso nessa proposta, sem que ela se torne parte da essência do negócio. Ao aplicá-la, a companhia precisa revisar profundamente sua cultura, em uma mudança estrutural necessária para levar a ambidestria organizacional a todos os seus membros.
É preciso compreender a fundo o que ela defende, os benefícios que trará para os envolvidos, e de que forma ela impactará positivamente o dia a dia das equipes. Apenas quando se tornar parte do mindset corporativo, sua proposta terá grandes chances de ser adquirida com êxito.
Treine os times
Por envolver a cultura da empresa, os times precisam estar bem preparados ao incorporar a ambidestria organizacional. Afinal, são eles quem estão no dia a dia das operações, e serão os mais impactados por essa mudança.
Eles devem passar por treinamentos sobre as ações que serão, de fato, adotadas em vista de manter o equilíbrio entre a inovação e a manutenção de sua eficiência. Quanto mais conhecimento e adequação tiverem, melhor será sua adaptação à nova rotina e condução das estratégias desejadas.
Estabeleça metas periódicas de ambidestria organizacional e meça-as
Qual o sentido de buscar crescer no mercado, sem saber como chegar até lá?
Ao incorporar os ideais da ambidestria organizacional, é importante estabelecer metas a curto e longo prazo para guiar os times nessa jornada. Elas servirão como base para acompanhar a eficiência dos planos adotados e, caso necessário, ajuste deles para que desempenhem melhor.
Para isso, as empresas também devem adotar sistemas de gestão da inovação em tempo real, que possibilitem esse acompanhamento de todas as atividades e entendimento do que está ou não funcionando.
Esse é o caso do Criare.net, plataforma onde tanto os gestores quanto os próprios colaboradores podem inserir suas ideias e acompanhá-las caso sejam colocadas em prática.
Assim, o negócio terá um controle muito maior sobre o que está feito e se assegurar de que o equilíbrio proposto pela ambidestria organizacional está sendo mantido.
Tenha o apoio de uma consultoria especializada
Garantir esse balanço não é simples, e dependerá de uma intensa organização e planejamento pelas empresas.
Para que não se percam no processo, contar com o apoio de uma consultoria especializada como a PALAS dará maior segurança para a conquista dos resultados desejados.
Há cinco anos no mercado, somos pioneiros na ISO de inovação, a qual foi testada e aprovada por mais de 164 países e que, inclusive, contou com a participação da PALAS em sua elaboração.
Sua implementação traz diversos benefícios para empresas de todos os portes e segmentos, incluindo o aumento de valor da marca, criação de novos produtos e serviços, reconhecimento nacional e internacional e restituição fiscal com a Lei do Bem.
Nosso propósito é preparar as companhias para o futuro ao unir criatividade, processos e metodologias ágeis e flexíveis às necessidades de cada empreendimento. Venha saber mais sobre como podemos levar a inovação ao seu negócio em nosso site.
Conclusão
Inovar se tornou a palavra-chave da estratégia de muitas empresas, atingindo cada vez mais negócios em vista de suas contribuições para o destaque da marca em seu segmento.
Mas, muito além de adotar estratégias inovadoras, elas precisam acompanhar e assegurar a eficiência operacional da companhia, sem que esta sofra qualquer prejuízo que comprometa a entrega de resultados.
Por isso, a ambidestria organizacional vem ganhando cada vez mais espaço nessa missão, com capacidade de promover essa missão e, consequentemente, favorecer a expansão da área de atuação do negócio e de suas vendas.
Para implementá-la com sucesso, é essencial se atentar aos cuidados citados, principalmente contar com o apoio de uma consultoria que tenha expertise no ramo para guiar a empresa nos melhores caminhos a serem seguidos.
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